'Já não sei dizer o que aconteceu, se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu,
se meu desejo então já se realizou, o que fazer depois, pra onde é que eu vou?;

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Às vezes parecia que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo,
teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais,
Faríamos floresta do deserto e diamantes de pedaços de vidro. Mas percebo agora que o teu sorriso vem diferente, quase parecendo te ferir.
Não queria te ver assim, quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu e de nada vale fugir e não sentir mais nada.
Às vezes parecia que era só improvisar e o mundo então seria um livro aberto.
Quero ter alguém com quem conversar, alguém que depois não use o que eu disse contra mim.
Nada mais vai me ferir,
Tenho o que ficou e tenho sorte até demais, como sei que tens também.

Não respondo comentários neste blog. Apenas para hospedagem das minhas fotografias e opiniões.

+ cidadezinha qualquer
sexta-feira, 20 de agosto de 2010, 09:58



Casas entre bananeiras 
mulheres entre laranjeiras 
pomar amor cantar 
Um homem vai devagar. 
Um cachorro vai devagar. 
Um burro vai devagar. 
Devagar... as janelas olham. 
Eta vida besta, meu Deus.
Carlos Drummond Andrade




+ a flor e a nausea
quinta-feira, 19 de agosto de 2010, 16:29



Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Uma flor nasceu na rua!
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
E soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.



Carlos Drummond Andrade




+ saudade
16:24









"Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe...... nos e-mails trocados.
Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens.... Aí os dias vão passar, meses...anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro.
Vamos nos perder no tempo....Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos...Que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um ultimo adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos.Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado. E nos perderemos no tempo.....
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades....
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
Fernando Pessoa




+ imagine
terça-feira, 10 de agosto de 2010, 18:41



Imagine que não há paraíso, é fácil se você tentar, nenhum inferno abaixo de nós, acima de nós apenas o céu, imagine todas as pessoas vivendo para o hoje, imagine não existir países, não é difícil de fazê-lo, nada pelo que matar ou morrer, e nenhuma religião também, imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz, você pode dizer, que eu sou um sonhador, mas não sou o único, desejo que um dia você se junte a nós e o mundo, então, será como um só! Imagine não existir posses, surpreenderia-me se você conseguisse sem ganância ou fome, uma irmandade humana, imagine todas as pessoas compartilhando o mundo, você pode dizer que eu sou um sonhador, mas não sou o único, acredito que um dia você se juntará a nós e o mundo, então, será como um só ...

Jhon Lennon